quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Malandragem em campo!

Leto - Foto: O Impacto

O recifense José Wellington da Silva Aranha, o “Leto”, estava com 24 anos quando saiu de sua terra rumo ao inteior de São Paulo. Junto com Rivaldo e Válber formou o tripé que sustentaria o ataque do time de Mogi Mirim da época.
Veloz e com boa movimentação no meio-campo, Leto, a princípio, seria reserva do centroavante títular, porém, no seu primeiro jogo com a camisa do sapão, entrou em campo para substituir Sandro Gaúcho, que estava com um ferimento profundo no supercílio direito, fruto do jogo anterior. A atuação de Leto em sua estréia contribuiu para o placar de cinco a zero sobre o time de Itu. Ele participou de forma efetiva em três gols da partida, armando jogadas que terminaram na rede adversária.
Com um jeito moleque nos gramados, Leto, ao contrário de Rivaldo, era extrovertido e engraçado. Em jogo, o atrevido atacante parecia se divertir e irritava os adversários com seus dribles e sua rapidez dentro das quatro linhas.

Com sua facilidade para jogar futebol e seu atrevimento exagerado, não raro atraía a atenção das defesas para si. Enquanto fugia das caneladas e puxava a marcação adversária, Leto conseguia abrir espaços para que seus companheiros atuassem com mais facilidade. Quando o ponta entrava em campo, era quase certo que o Mogi faria gols. Ou pelos pés dele próprio ou pelas oportunidades que criava para os colegas de time (MARTINS, 2002, p.80).


 Mantendo o ótimo desempenho, o jogador logo se consolidou como titular e foi destaque nas ínumeras partidas que se seguiram. Era Leto quem proporcionava a velocidade necessária aos giros do Carrossel. Com a sua regularidade conseguiu manter a atuação positiva mesmo nos jogos em que os demais companheiros não apresentaram um futebol expressivo.
Nos 18 primeiros meses em que defendeu a camisa do Mogi Mirim, Leto marcou ao todo 15 gols. Um deles em uma partida importante contra o Palmeiras em 15 de abril de 1993. Leto abriu o placar que seria de dois a um a favor do Carrossel em pleno Parque Antártica, o segundo gol foi marcado por Rivaldo.
A personalidade irreverente do atacante muitas vezes gerou atrito no gramado. Não era imcomum um jogo acabar em confusão e briga entre ele e os adversários. Mas tudo devido a alegria e o jeito moleque “ingênuo” que Leto carregava dentro e fora do campo. Durante o periodo que permaneceu no Mogi Mirim, Leto reforçou o clima familiar entre os jogadores.
O recifense animava a concentração da equipe com os companheiros Polaco e Ildo. O trio era considerado pelo técnico Vadão como os terríveis. Leto gostava de sair a noite para beber e conversar com os amigos boêmios conquistados durante sua estadia na cidade.
Após um ano e meio de sucesso no Mogi Mirim, o atacante foi para o Corinthians por empréstimo.
Leto se tornou um cigano no futebol e defendeu inúmeras camisas diferentes e tradicionais por todo o país. Do Corinthians, em 1993, passol por Internacional gaúcho, Guarani, Portuguesa de Desportos, Cruzeiro de Belo Horizonte, Caxias do Sul, São Caetano, Ituano e Náutico, entre outros (MARTINS, 2002, p.80).

Além dos títulos conquistados no Mogi, Leto foi vice-campeão da Copa João Havelange pelo São Caetano em 2000. Seu último clube foi o Vila Nova em Minas Gerais.
A atuação brilhante que desempenhou no MMFC não se repetiu em outros times e sua carreira como jogador não deslanchou como a de seu companheiro Rivaldo.
Em agosto de 2002 o atacante deixou de jogar profissionalmente e voltou para Recife. Lá, passou a trabalhar na filial da CSR Futebol e Marketing, empresa fundada pelo empresário de futebol Carlos Arini em parceria com os jogadores César Sampaio e Rivaldo. O objetivo da empresa é captar e gerir a carreira de novos atletas.
Embora, atualmente, esteja bem longe da região sudeste, Leto criou fortes laços com o clube de Mogi, com a cidade e com seus companheiros do Carrossel Caipira. Sempre que vem a São Paulo passa por Mogi Mirim para visitar essa “família”.

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